Os alunos com necessidades
educativas especiais têm direitos iguais, mas não são iguais aos outros alunos.
Portanto, para que eles tenham condições de aprendizagem equivalentes aos
outros alunos, é preciso garantir que tenham acesso ao conteúdo escolar pelo
veiculo que lhes permite significar o mundo, demorando o tempo necessário.
Partindo do pressuposto
que a tecnologia tem assumido um papel de destaque na nossa sociedade
há necessidade de suscitar um dialogo com a escola, ajudando o
educador/professor a ampliar as suas possibilidades de trabalho, para isso
utilizando os avanços tecnológicos no campo da educação especial.
Em pleno século XXI, é inevitável uma referência de destaque às Tecnologias
da Informação e Comunicação, que estando fortemente instaladas na sociedade e
no trabalho, têm induzido profundas alterações no campo social e individual, ao
influenciarem drasticamente a vida humana, o tempo e o espaço.
Todos
sabemos que as Tecnologias da Informação e Comunicação, em particular as
ligadas aos computadores e às comunicações, têm um papel cada vez mais decisivo
em todos os domínios da actividade humana, acarretando aspectos positivos e
negativos. É inegável que estas tecnologias alteraram
verdadeiramente, não apenas os processos de produção de bens materiais, mas
também, os processos de disseminação das ideias e, consequentemente, os estilos
de vida em sociedade, fazendo surgir novas metas e novas exigências para o
sistema educativo.
Não parece, contudo, ser suficiente
manusear correctamente as tecnologias, o indivíduo tem de ser capaz de
acompanhar adequadamente as inovações, desenvolvendo competências que lhe
garantam uma integração harmoniosa na sociedade e no mercado de trabalho.
Os avanços tecnológicos,
veicularam indiscutíveis progressos na vida humana que possibilitam – e possibilitarão
– grandes e pequenas conquistas impossíveis de sequer de imaginar há décadas,
sobretudo, no que diz respeito à construção de Tecnologias de Apoio. Este termo designa, de acordo com a
Organização Internacional de Normalização (ISO) – entidade responsável pelo
estudo e estandardização de materiais e equipamentos, “qualquer produto,
instrumento, equipamento ou sistema técnico usado por uma pessoa deficiente,
especialmente produzido ou disponível que previne, compensa, atenua ou
neutraliza a incapacidade” (2002, Folheto 49 do Secretariado Nacional para a
Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência).
Bersch (2008) usa o termo Tecnologia
Assistiva, como equivalente ao de Tecnologia de Apoio, e define-o como todo o
conjunto de “recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar
habilidades funcionais de pessoas com deficiência e consequentemente promover
vida independente e inclusão”.
As
adaptações tecnológicas são todas as tecnologias que foram desenvolvidas para
as pessoas em geral, mas devido ás suas particularidades, que inclui
dispositivos de assistência adaptável e de reabilitação, podem ser utilizadas
por pessoas com necessidades educativas especiais.
Estas
adaptações tecnológicas promovem uma maior independência, permitindo que as
pessoas realizem tarefas que antes eram incapazes de realizar ou tinham grandes
dificuldades em realizar, por proporcionar melhorias ou por alterar métodos de
interacção necessária para realizar tais tarefas. Pode ser definido como a
utilização de uma ferramenta ou peça de equipamento para aumentar e desenvolver
habilidades práticas, úteis e funcionais para pessoas com deficiências.
As
adaptações tecnológicas podem proporcionar igualdade entre os indivíduos e
torná-los como participantes activos numa sociedade universal.
Em
particular na educação, as adaptações tecnológicas tem permitido que os alunos
derrubem fronteiras que previamente eram consideradas impossíveis, como
comunicar, ler, falar e escrever.
Os software e o hardware que a seguir apresento são softwares inclusivos, ou seja,
instrumentos de trabalho concebidos de forma a serem acessíveis a um maior leque
de utilizadores e principalmente a pessoas com deficiência.
- ToonDoo - software
ToonDoo foi originalmente criado como um jogo ou
ferramenta para website, foi especialmente concebido para crianças com
necessidades educativas especiais em todo o mundo. Poucos meses depois do
lançamento do ToonDoo, os criadores perceberam que era maior do que o
inicialmente previsto. Isto levou à criação de ToonDoo.com.
Apesar desta ferramenta apenas poder ser utilizada na
aplicação dos objectos existentes para permitir à criança com necessidades
educativas especiais, desenvolver o raciocínio, a linguagem, a sequencia lógica
de uma história e desenvolve a escrita e a motricidade fina. Neste contexto, as
áreas mais desenvolvidas são: comunicação, espaço, forma, trabalho e animação.
Com um menu e uma
barra de ferramentas simples de utilizar, o processo é apenas escolher a
prancha de BD que queremos arrastar e largar os elementos para as vinhetas e
depois trabalhar as diversas opções de cada elemento visual ou texto.
Resta apenas dizer que no final do trabalho realizado, o mesmo pode ser
guardado, publicado online de forma pública ou privada, impresso ou mesmo
partilhado em redes sociais.
- · SoundBeam5 - software
Um aparelho que torna um simples movimento corporal em
música... É ideal para a musicoterapia. Soundbeam tem sido mais extensivamente e
cuidadosamente avaliado com crianças que apresentam graves dificuldades de
aprendizagem.
No entanto, os benefícios para crianças e adultos com uma
série de condições e síndromes, incluindo autismo, demência, síndrome de Down,
Síndrome de Rett, depressão, doença de Alzheimer e comportamentos desafiadores,
têm sido documentados.
Soundbeam é um instrumento através do qual, o individuo
apresentando limitações físicas ou de aprendizagem, podem usar a musica e o som
como forma expressiva e comunicativa. Este é um instrumento poderoso e
motivador, estimulando a aprendizagem e interacção em outras áreas.
- Robot Roamer- hardware
O Robot Roamer faz com que as crianças interajam de forma
muito positiva e espontânea desde a primeira utilização. As crianças tornam-se
participantes activas no mundo da geometria, matemática, do desenho e
tecnologia... através de inúmeras actividades curriculares. A sua aparente
simplicidade, ideal para os mais novos, esconde sofisticadas aplicações
tecnológicas que desafiam os mais crescidos e os mais dotados.
O
robot Roamer 2 não foi desenhado a pensar na Educação Especial. Parece, no
entanto, reunir uma série de características que o tornam um objecto relevante
em actividades de reabilitação (terapia ocupacional e motora) e no trabalho com
crianças com algum tipo de deficiência, quer motora, quer mental.
Estas tecnologias começam a afectar profundamente a
educação no sentido desta contribuir para o aumento da autonomia, da
auto-estima, socialização, flexibilidade e interacção destes alunos.
Contudo, não devemos esquecer a importância que o
professor tem no envolvimento e desenvolvimento deste processo que por vezes é
muito exigente a nível emocional mas também será necessária uma melhor e maior
formação do professor a ajudar a criança a superar, seleccionar e tirar partido
da respectiva adaptação tecnológica.
Todas
as crianças têm direito a uma escola inclusiva onde percebemos que somos todos
diferentes e neste sentido, a diversidade é benéfica para o crescimento social
e emocional das crianças. É na escola que se pode privilegiar a educação dos
comportamentos sociais de aceitação dos outros e é dentro da escola que as
crianças aprendem a respeitarem-se com as suas diferenças.
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